As declarações de Rui Borges na conferência de imprensa de rescaldo do V. Guimarães-Sporting (4-4).
A análise à partida que terminou com o 4-4… “Os adeptos foram importantes como no último jogo e como serão daqui para frente. Ajudaram a equipa a não se desligarem do jogo. Acredito que o nosso caminho será feliz para todos nós. Os adeptos fizeram-se sentir, a equipa sentiu esse carinho. Foram 60 minutos bastante competentes, em alguns momentos com mais qualidade, 60 minutos muito bons, mais equilibrados, depois perdemos o equilíbrio e o controlo emocional do jogo. Em termos físicos senti a equipa muito reativa e pouco proativa, muito lenta na abordagem, deixámos o Vitória acreditar. Fomos baixando e acabámos por ser penalizados, mérito da equipa em acreditar para chegar ao empate. Uma equipa que quer ser primeira classificada não pode estar a ganhar por 3-1 e permitir que o adversário vire para 4-3, seja contra qual adversário for. Jamais poderíamos estar a vencer por 3-1 e deixar o Vitória virar para 4-3”.
Rui Borges: «Não gosto de falar no final do jogo, seja quando as coisas correm bem ou mal. Os jogadores são inteligentes e percebem»
Como se perde uma vantagem de dois golos? Sai com dois pontos perdidos ou um conquistado? “Perdemos dois pontos, nesta casa só queremos ganhar e fazemos tudo para ganhar. Nunca ficaremos felizes com um ponto. Fizemos um jogo bastante competente, fomos muito passivos depois do 3-2. Não temos tempo para trabalhar, são dores de crescimento, porque gosto da equipa muito mais competitiva e muito mais intensa. Fomos muito passivos nos duelos e não podemos ser. Teremos de trabalhar isso. É culpa minha, trabalho nosso que temos de fazer. Vai levar algum tempo, a equipa está com hábitos completamente diferentes. Dentro do que trabalhamos a equipa foi competente. Temos de aprender com os erros. Acima de tudo devemos valorizar a reação dos últimos minutos, seguir o nosso caminho nunca desconfiando, nem nós, nem os jogadores, nem os adeptos. Temos de acreditar no processo, eles querem muito ser os melhores. No futuro iremos ser muito mais competitivos, muito mais coesos, não tão passivos como em alguns momentos. Aconteceu como no jogo como com o Benfica, tentamos sair sempre curto quando estávamos sobre pressão, foi preciso sofrer o quarto golo para meter duas bolas longas, deixámos sempre o Vitória pressionar como aconteceu na segunda parte do jogo com o Benfica”.
Espera uma resposta diferente no próximo jogo? “O desempenho dos jogadores foi bom, estão longe do que quero, mas não estou chateado com os jogadores. Temos pouco tempo para trabalhar, é muito vídeo, muito diálogo, para ganhar essa competitividade temos de trabalhar, não temos tido esse tempo e não vamos tê-lo. Não estou chateado com os jogadores, longe disso, têm é de perceber que fomos passivos. Quero que eles percebam que não podem ser tão passivos, são jogadores inteligentes, por isso é que estão no Sporting. O jogo com o FC Porto é mais um jogo difícil, dita uma final, vai mexer em termos mentais e temos de estar preparados para isso. Não pode haver desconfiança ou desconforto. Não éramos os melhores do mundo contra o Benfica e agora não somo os piores, somos os mesmos”.
Como se sentiu no regresso ao D. Afonso Henriques? “Vou ser verdadeiro, foi estranho. Não percebo, mas é para o lado que durmo melhor, o porquê da tristeza. Jamais disse ao presidente que queria sair do Vitória. Quando fui abordado disse que tinham de falar com o Vitória e quando o Sporting chegou a acordo com o Vitória aconteceu o que aconteceu. Saí do Vitória e deixei quatro milhões no clube, não percebo o porquê de tanto ódio, mas tenho de seguir a minha vida. Tenho um carinho enorme pelos adeptos, mesmo pelos que me trataram mal. Dei muito a ganhar ao Vitória desportivamente e financeiramente, vou gostar do Vitória para sempre, mas vou seguir o meu caminho. Fiquei triste por esse ódio”.
A equipa ficou a perder com a saída do Geny? “Não. O Geny estava a cair um bocadinho, não foi por aí que sofremos os golos. A equipa é que foi passiva nos comportamentos que temos, eles ainda estão a tentar entender a maior parte dos comportamentos. Muito têm eles feito, por isso estou feliz com eles. Os jogadores vão crescer, vamos ser melhores, mais consistentes e não tão passivos. O Vitória também teve mérito, não vou desvalorizar isso.